quarta-feira, junho 01, 2005

Vamos lá apertar o cinto...

O Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, veio dizer-nos que o défice é pior do que se esperava.
O Presidente da Républica, Jorge Sampaio, veio apelar ao espírito patriótico dos sindicatos e do patronato.

Mas espírito patriótico é coisa que não existe para as pessoas que têm cargos públicos... ou tiveram.

Senão vejamos:
Com as eleições legislativas de 20/Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram eleitos. Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades. Sem, contudo saírem tristes ou cabisbaixos. Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (deles) a um subsídio que dizem de reintegração (coitados):
  • um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo. Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 euros). Feitas as contas e os deputados que saíram o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros.

No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.

Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:

  • Almeida Santos ............................ 4.400, euros;
  • Medeiros Ferreira ....................... 2.800, euros;
  • Manuela Aguiar ........................... 2.800, euros;
  • Pedro Roseta ................................ 2.800, euros;
  • Helena Roseta .............................. 2.800, euros;
  • Narana Coissoró ........................... 2.800, euros;
  • Álvaro Barreto .............................. 3.500, euros;
  • Vieira de Castro ............................ 2.800, euros;
  • Leonor Beleza ............................... 2.200, euros;
  • Isabel Castro ................................. 2.200, euros;
  • José Leitão .................................... 2.400, euros;
  • Artur Penedos ............................... 1.800, euros;
  • Bagão Félix .................................... 1.800, euros.

Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos os seguintes:

  • Luís Filipe Pereira ................. 26.890, euros / 9 anos de serviço;
  • Sónia Fortuzinhos .................. 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço;
  • Maria Santos .......................... 62.000, euros /9 anos de Serviço;
  • Paulo Pedroso ........................ 48.000, euros /7 anos e meio de serviço;
  • David Justino ......................... 38.000, euros /5 anos e meio de serviço;
  • Ana Benavente ....................... 62.000, euros/9 anos de serviço;
  • Mª Carmo Romão .................. 62.000, euros /9 anos de serviço;
  • Luís Nobre Guedes ................ 62.000, euros/ 9 anos e meio de serviço.

A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente a última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca de 20.000, euros cada.
E depois há ainda Fernando Gomes e Nuno Cardoso, que foram nomeados para a administração da Galp e Águas de Portugal, respectivamente.

É assim a nossa República (das bananas) !!!!!!!!!!!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

O mais impressionante é a elevada produtividade, ao nível do disparate, da classe política apesar da fraca assiduidade na Assembleia da república.

Durante a campanha eleitoral, José Sócrates prometeu que, uma vez no
governo, iria criar 150 000 postos de trabalho.
Tenhamos calma que o senhor Eng.º está a "trabalhar"! Depois de
Fernando Gomes na Galp, Nuno Cardoso nas Águas de Portugal, Luís Nazaré
nos CTT e António Vitorino na RTP, já só faltam 149 996...

Do mesmo "Aperta o Cinto"

MacGowan